sexta-feira, 16 de maio de 2008

Velório do poeta

Estão me velando na sala ao lado
Sinto daqui o cheiro da parafina
A benzer o epilogo de minha sina
Antes de poder ser sepultado.

Pessoas ao redor vêm-me e se vão
Questionam o frio corpo estático
Que restou do pobre poeta asmático
Embelezado de flores na moldura do caixão

Logo seguirei-me em cortejo funeral
Mas por enquanto quero apenas ser velado
E ver a vida deitado na minha morte

Quem sabe fazer um ultimo verso e mal
Dizer todos os papa defuntos ao meu lado
A rirem-se me minha existencia sem sorte.

Um comentário:

Juan Trasmonte disse...

"E ver a vida deitado na minha morte"

Bacana, Odair
Um abraço