segunda-feira, 26 de maio de 2008

Poeta do asfalto

Devo dizer, antes de tudo,
que sou um poeta do asfalto,
embora nesse cinza inato,
onde primeiro balbuciei mudo.

Usarei cada humano morfema
para vencer todo o sinal fechado
pela indecisão desse apaixonado
e farei de cada pedra um poema.

Poema a você e a teus lábios
e a todo o asfalto que os sábios
da poesia um dia já pisaram

e tudo será um chão sem cores,
só asfalto calibrador de dores
nos corações que jamais amaram!

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